Lygia Fagundes Telles

Lygia durante reunião no [[Ministério da Cultura (Brasil)|Ministério da Cultura]] em 2011. Lygia Fagundes da Silva Telles ORBOALOMDCGMHCOI (São Paulo, 19 de abril de 1918|name=idade}} – São Paulo, 3 de abril de 2022), também conhecida como "a dama da literatura brasileira" e "a maior escritora brasileira" enquanto viva, foi uma escritora brasileira, considerada por acadêmicos, críticos e leitores uma das mais importantes e notáveis escritoras brasileiras do século XX e da história da literatura brasileira. Além de advogada, romancista e contista, Lygia teve grande representação no pós-modernismo, e suas obras retratavam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia.

Nasceu na cidade de São Paulo, mas cresceu em Sertãozinho e noutros pequenos municípios do interior paulista, e desde pequena demostrou interesse pelas letras. Aos oitos anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, permanecendo lá por cinco anos. De volta a São Paulo, matriculou-se no Instituto de Educação Caetano de Campos e passou a interessar-se por literatura. Sua estreia literária foi com o livro de contos ''Porão e Sobrado'' (1938), o qual foi bem recebido pela crítica; o sucesso se repetiu com ''Praia Viva'' (1944). Após ter concluído o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1946, onde conhecera Mário de Andrade e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros, integrou a academia de letras da faculdade e colaborou com os jornais ''Arcádia'' e ''A Balança''. No ano seguinte, ela casou-se com Gofredo Teles Júnior, com quem teve Goffredo da Silva Telles Neto, casando-se novamente em 1962 com Paulo Emílio Salles Gomes. O terceiro livro de contos dela, ''O Cacto Vermelho'', lançado em 1949, recebeu o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance, ''Ciranda de Pedra'', publicado em 1954, foi bem recebido pela crítica e público, tornando-a nacionalmente conhecida. Em paralelo à carreira literária, ela trabalhou como Procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até a aposentadoria, e foi presidente da Cinemateca Brasileira, fundada pelo marido Paulo Emílio.

A década de 1970 foi de suma importância para Lygia e marcou seu êxito literário e consagração internacional, dado que foi naquele período em que ela publicou algumas de suas obras mais aclamadas e prestigiadas: ''Antes do Baile Verde'' (1970), cujo conto que dá título ao livro venceu o Grande Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França; ''As Meninas'' (1973), que ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte; e ''Seminário dos Ratos'' (1977), pelo qual ganhou o Pen Club do Brasil. Ela ingressou na Academia Paulista de Letras em 1982, e, em 1985, ocupou a cadeira de número dezesseis da Academia Brasileira de Letras, tomando posse em 12 de maio de 1987. Naquele mesmo ano, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Dentre seus outros sucessos estão: ''Verão no Aquário'' (1964), ''Mistérios'' (1981), ''As Horas Nuas'' (1989) e ''Invenção e Memória'' (2000). A escritora teve seus livros traduzidos para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, além de inúmeras edições em Portugal. Encontra-se colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira ''Atlântico.''

Na 17.ª edição do Prêmio Camões, maior láurea concedida a escritores de países com o português como a língua oficial, ocorrida em 2005, Lygia foi anunciada a vencedora. Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil, homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura. Fornecido pela Wikipedia
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